MÚSICAS
SOBRE RELIGIÃO
1. Ubuntu
Fristaili – Emicida
Análise:
A
música faz referência às religiões de matriz africana, ao mesmo tempo em que as
usa para fazer alusão as questões sociais presentes em nossa sociedade, como o
preconceito racial, na tentativa de demonstrar o quão a discriminação religiosa
também está diretamente relacionada com outros tipos de preconceitos.
2. Mandei
avisar – Gabriel O Pensador
Análise:
Essa
música serve para mostrar que crer em algo está além de estabelecer um vínculo
direto com algum segmento religioso (catolicismo, budismo, islamismo, judaísmo,
entre outros), sendo algo inerente e pessoal de cada indivíduo, como
demonstrado em alguns trechos da música como “Meu amigo não é Cristo, mas foi
ele que me trouxe paz”, ou ainda, “Amizade é a semente que eu rego, o amuleto
que eu carrego e alimenta minha crença”. Cada um interpreta a fé a seu modo.
3.
Se eu quiser falar com Deus – Gilberto Gil
Análise:
Esta
música demonstra de forma poética aquilo que um homem qualquer acredita ser
necessário realizar para ter um encontro com Deus. Apesar de não permitir a
abordagem de várias crenças, pois a referência a Deus, muita vezes nos remete
diretamente ao Cristianismo, é importante para discutir as diversas formas que
os indivíduos acreditam ser possível para alcançar o divino.
4. Black Sabbath – God Is Dead
Análise:
Esta
música segue uma linha mais polêmica, no entanto, não menos importante para trabalhar
com a reflexão acerca da existência de Deus. Dotada de uma linguagem
provocativa, a música reflete o sarcasmo e o obscurantismo presentes em muitas
canções da banda, mas que quando analisadas com cuidado deixam transparecer
críticas importantes tornando-se, portanto, uma rica contribuição para o estudo
da religião.
5. Iansã – Clara Nunes
Análise:
Na
tentativa de trazer outras religiões para além daquelas que são mais “aceitas”
pela sociedade, a fim de desconstruir preconceitos pré-estabelecidos, a música
Iansã, ilustra em forma de canção características presentes no candomblé,
importante para discutir em sala de aula com os alunos.
6. Igreja
– Titãs
Análise:
Esta
música pode ser considerada polêmica por muitos, principalmente, por aqueles
que possuem uma determinada crença. No entanto, ela apenas demonstra o que
seria a opinião de algum indivíduo sobre a religião. A música se direciona
especialmente aquilo que o sujeito não gosta como, por exemplo, padre, madre,
frei, bispo e Cristo, e em nenhum momento é depositado algum tipo de ofensa
sobre estes, ou seja, o fato de não gostar, não significa que a pessoa
desrespeita. Isso seria uma representação da liberdade de escolha que,
teoricamente, todos possuímos. Importante para trabalhar com os alunos os
limites daquilo que pode ou não pode ser dito quando se discute religião, bem
como as possibilidades de “opinião” acabar se confundindo com intolerância.
7. Igreja
do Sal – Sistema Racional
Análise:
Talvez
uma das melhores músicas para representar diversas situações que ocorrem dentro
das igrejas atualmente. Além de ser um rap, estilo musical dotado de
criticidade para as questões sociais que nos permeiam e que muitas vezes se
aproximam da realidade dos jovens da periferia e das escolas públicas, a música
faz uma rica análise a máfia das igrejas, que se apropria de recursos bíblicos
e de crenças pessoais para extorquir o cidadão, legitimando suas ações através
do nome de Deus.
8. O
homem chora – Ao Cubo
Análise:
Este
rap faz alusão à realidade de um homem que se envolveu com a criminalidade e
que, diante de uma situação de quase morte e “experiência divina”, decide se
redimir através da fé e da religião. Além de ser uma música que permite
trabalhar com aspectos sociais, como a violência, o tráfico de drogas e a
criminalidade, permite também associar esses elementos com a religião, sendo
esta frequentemente utilizada por aqueles que estão em busca de salvação e
perdão, através da veneração de uma determinada doutrina.
9. A
face de Deus – Não Religião
Análise:
A
música traz contraposições e contradições sobre os preceitos religiosos e a
realidade social. Pode-se problematizar aqui as atitudes e posicionamentos de
líderes políticos religiosos que se popularizam com discursos de ódio e
preconceito, por exemplo.
10.
Carta de Amor – Maria Bethania
Análise:
A
música traz referências do catolicismo, das religiões de matriz africana, e
também indígenas. Há possibilidades aqui de se trabalhar com a colonização
brasileira, a miscigenação e a diversidade religiosa, todos temas desenvolvidos
pela sociologia.
11. Cantando
pro Santo – Sabotage
Análise:
A
música além de trabalhar com a religiosidade recortada para as religiões de
matriz africana, e fazer referência aos conflitos sociais vividos por grupos
marginalizados, como os moradores das favelas; se enquadra também como um
estilo musical bem conceituado pelos jovens e adolescentes, das escolas de
ordem pública ou privada: o RAP.
12.
Cálice – Chico Buarque
Análise:
Aqui
se destacam dois pontos: o uso de figuras de linguagem que se referem ao
catolicismo; e a repressão sofrida em tempos de ditadura militar. Vê-se,
portanto, a legitimidade dada a determinadas religiões, se pensado que em
tempos de ditadura a censura barrava diferentes obras artísticas em decorrência
de sua mensagem e/ou conteúdo. No entanto, a letra que usa de símbolos do
catolicismo para referenciar a repressão sofrida na Ditadura Militar, e, assim,
protestar, ganhou passabilidade pelos órgãos de inspeção de conteúdo contrário
ao governo da época.
13. Pastor
João e a Igreja Invisível – Raul Seixas
Análise:
Essa
música foi feita por Raul Seixas para problematizar o aparecimento de igrejas
evangélicas em grande escala, com profecias, promessas e milagres constantemente
divulgados pela mídia. Pode-se pensar aqui a veracidade dos diferentes
discursos, e como os alunos percebem essas questões, para além da questão religiosa, como por
exemplo a questão política.
14.
Hoje Deus anda de blindado – Facção Central
Análise:
O
grupo de RAP “Facção Central” utiliza a figura de Deus para referenciar e
criticar o posicionamento privilegiado de algumas pessoas em relação as
dinâmicas sociais. Dessa forma, compreende-se aqui a hierarquia religiosa
equiparada a, por exemplo, políticos, empresários, banqueiros, que detém o
poder em diferentes instãncias sociais, no trabalho, na escola, nas ruas.
15.
American Jesus – Bad Religion
Análise:
A
música faz uma crítica as tensões sociais e raciais vividas pelos EUA em tempos
de globalização. A figura de Jesus é colocada como contraposição aos conflitos
do Estado e da sociedade. Os EUA, historicamente identificado como um país
protestante é acusado pela contradição entre o que se prega – a moral e a ética
– e o que se tem – os embates sociais.
16. Um
índio – Caetano Veloso
Análise:
Caetano
Veloso retrata o conflito em tempos de colonização, entre índios e portugueses,
e o etnocídio sofrido pelos índios ao terem suas religiões criminalizadas, e
forçados a catequização pelos jesuítas. O etnocídio é um ótimo tema para se
trabalhar em sala, e por estar relacionado a cultura engloba também a religião.
Autoras: Aretha Beatriz Brito da Rocha e Tamires da Silva Oliveira - Puc - Campinas
Autoras: Aretha Beatriz Brito da Rocha e Tamires da Silva Oliveira - Puc - Campinas
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