domingo, 19 de junho de 2016

Músicas sobre a Temática - Desigualdade e Diferença



                          MÚSICAS - TEMÁTICA DESIGUALDADE EDIFERENÇA


·         Protesto do Olodum
Banda Mel
Força e pudor
Liberdade ao povo do Pelô
Mãe que é mãe no parto sente dor
E lá vou eu
Ô,ô,ô!

Força e pudor
Liberdade ao povo do Pelô
Mãe que é mãe no parto sente dor
E lá vou eu

Declara a nação
Pelourinho contra a prostituição
Faz protesto, manifestação
E lá vou eu

Aids se expandiu
E o terror já domina o Brasil
Faz denúncia Olodum, Pelourinho
E lá vou eu

Brasil liderança
Força e elite na poluição
Em destaque o terror Cubatão
E lá vou eu

Ô, ô, ô..!
Iô, iô, iô, iô
Lá, lá, lá, lá, lá
Iô, iô, iô, iô
Lá, lá, lá, lá, lá

Iô, iô, iô, iô
Lá, lá, lá, lá, lá
Iô, iô, iô, iô
E lá vou eu

Lá e cá, Nordeste és cópia
Na Bahia existe Etiópia
Pro Nordeste o país vira as costas
E lá vou eu

Moçambique
hei!!!
Por minuto o homem vai morrer
Sem ter pão, nem água pra beber
E lá vou eu
 Mas somos capazes
O nosso Deus a verdade nos traz
Monumento da força e da paz
E lá vou eu

Ô,ô,ô!
Iô, iô, iô, iô
Lá, lá, lá, lá, lá
Iô, iô, iô, iô
Lá lá, lá, lá, lá
Iô, iô, iô, iô,
Lá, lá, lá, lá, lá
Iô, iô, iô, iô
E lá vou eu

Atenção! Banda Mel!
Vamos saudar o nosso Brasil e salvar o pelourinho!
Vamos nessa!

Desmond Tutu
Contra o apartheid na África do Sul
Vem saudando o Nelson Mandela
O Olodum
Ô,ô,ô..!
Iô, iô, iô, iô
Lá, lá, lá, lá, lá
Iô, iô, iô, iô
Lá, lá, lá, lá, lá
diz!

Iô, iô, iô, iô
Lá, lá, lá, lá lá
Ée!
Iô, iô, iô, iô
E lá vou eu

Banda Mel!

Iô, iô, iô, iô
Lá, lá, lá, lá, lá
IÓ, iô, iô, iô
Ée!

Lá, lá, lá, lá, lá
bonito
Iô, iô, iô, iô
Lá, lá, lá, lá, lá

Iô, iô, iô, iô
E lá vou eu

Já FUI
Síntese: A música fala das diferenças regionais no Brasil.  O preconceito e as desigualdades. Muito pertinente ao se pensar nas diferentes culturas existentes no Brasil e suas representações.

·         Tudo Muda
(part. O Rappa)

O que nós realmente precisamos
Nessa vida?
As vezes eu olho pra mim mesmo
E sinto que não está certo

Pessoas lá fora sem
Comida à noite
E nós dizemos que nos importamos, mas nós não nos importamos
Então todos mentimos

E se existisse mais do que isso
E um dia nós
Nos tornássemos o que nós fazemos
Não o que falamos?

E nós terminássemos
Nessa merda toda em que eles estão
E os papéis fossem invertidos
E fosse diferente

E nós fossemos aqueles
Sem nada para comer
Nós fossemos aqueles
Com sangue nas nossas ruas

Nós fossemos aqueles
Com toda a descendência
E eles fossem aqueles
Que só assistem a TV

Nós fossemos aqueles
Quebrados e despedaçados
Com nossas vidas nas costas
E nossa esposa nos braços

E eles fossem aqueles
Que diziam "caramba, isso é tão triste"
Nós fossemos
Aqueles...

Nada nunca mudará
É a única coisa que eu sei
Que nada nunca mudará
Olhando por esse lado
Nada nunca mudará
Nada nunca mudará

Falcão:
Olhe pros seus sonhos suas intenções
Abra sua cabeça pra seus corações
Transformar algumas centenas em milhões
Pois, todos unidos somos então nações
Nem se ele estiver no sonho e eu também
Imagino quase é sempre o melhor pra alguém
Tipo nessa vida não se descontrolar
Dormir à noite com o assassino é melhor não se revoltar
Agora, trouxa, olha pros seus pesadelos
E ainda não ainda são seus piores medos
Há mestiços, brancos e negros
Gringos, negros, gringos e negros
Olha que você é obrigado a votar
Sua chance no Brasil é de alguém te conquistar
Oooh
De alguém te conquistar

Nada nunca mudará
Pelo menos é assim que nós agimos
Como se nada nunca mudasse
Como se Deus nos desse cobertura
Como se nada nunca mudasse
Estou olhando por esse lado
E eu posso ver que essa dor, sim
Só vai crescer

Sonho e intenções
Centenas em milhões
Unidos somos então nações
Milhões
Também
Melhor pra alguém

Talvez nós precisemos
De mais calçados nos nossos pés
Talvez nós precisemos
De mais roupas e TV's

Talvez nós precisemos
De mais dinheiro e joias
Ou talvez nós não sabemos
O que precisamos

Talvez nós precisemos
Querer consertar tudo isso
Talvez parar de falar
Talvez começar a escutar

Talvez nós precisemos
Olhar para esse mundo
Menos como um quadrado
E mais como um círculo

Talvez, apenas talvez
Deus não seja injusto
Talvez nós sejamos todos Seus filhos
E ele esteja lá em cima

Talvez ele nos ame
Por todas as nossas raças
Talvez ele nos odeie
Quando somos tão racistas

Talvez ele nos olhe
Quando não nos importamos
E o céu seja bem aqui
Mas é o inferno do lado de lá

E talvez os mansos
Herdarão a Terra
Porque isso já foi escrito antes

Então tudo muda
E nada permanece o mesmo
E tudo muda
E se você se sente envergonhado
Talvez você devesse mudar isso
Antes que seja tarde demais
Talvez você devesse mudar isso
Meu irmão, nós estamos empacados no portão

Tudo muda, muda, muda...
Muda, muda, muda...
Tudo muda, muda, muda...
Tudo muda
Síntese: A letra da música é uma reflexão acerca de nossas reclamações cotidianas, pequenas diante da imensidão de problemas vividos por pessoas menos favorecidas. O artista convida a mudar nossas percepções olhando o mundo como um todo e prestando mais atenção nas pessoas e suas situações.

·         Cidadão 
Zé Ramalho 
Composição: Lucio Barbosa
 

Tá vendo aquele edifício moço 
Ajudei a levantar 
Foi um tempo de aflição 
Eram quatro condução 
Duas prá ir, duas prá voltar 
Hoje depois dele pronto 
Olho prá cima e fico tonto 
Mas me vem um cidadão 
E me diz desconfiado 
"Tu tá aí admirado? 
Ou tá querendo roubar?" 
Meu domingo tá perdido 
Vou prá casa entristecido 
Dá vontade de beber 
E prá aumentar meu tédio 
Eu nem posso olhar pro prédio 
Que eu ajudei a fazer... 

Tá vendo aquele colégio moço 
Eu também trabalhei lá 
Lá eu quase me arrebento 
Fiz a massa, pus cimento 
Ajudei a rebocar 
Minha filha inocente 
Vem prá mim toda contente 
"Pai vou me matricular" 
Mas me diz um cidadão: 
"Criança de pé no chão 
Aqui não pode estudar" 
Essa dor doeu mais forte 
Por que é que eu deixei o norte 
Eu me pus a me dizer 
Lá a seca castigava 
Mas o pouco que eu plantava 
Tinha direito a comer... 

Tá vendo aquela igreja moço 
Onde o padre diz amém 
Pus o sino e o badalo 
Enchi minha mão de calo 
Lá eu trabalhei também 
Lá foi que valeu a pena 
Tem quermesse, tem novena 
E o padre me deixa entrar 
Foi lá que Cristo me disse: 
"Rapaz deixe de tolice 
Não se deixe amedrontar 
Fui eu quem criou a terra 
Enchi o rio, fiz a serra 
Não deixei nada faltar 
Hoje o homem criou asa 
E na maioria das casas 
Eu também não posso entrar 
Fui eu quem criou a terra 
Enchi o rio, fiz a serra 
Não deixei nada faltar 
Hoje o homem criou asas 
E na maioria das casas 
Eu também não posso entrar"

Síntese: O texto fala sobre desigualdade social, a diferença entre as classes, onde quem constrói não é o mesmo que se beneficia da construção, pois este apenas vende sua força de trabalho.


·                  Um Índio - Caetano Veloso
Um índio descerá de uma estrela colorida, brilhante
De uma estrela que virá numa velocidade estonteante
E pousará no coração do hemisfério sul
Na América, num claro instante
Depois de exterminada a última nação indígena
E o espírito dos pássaros das fontes de água límpida
Mais avançado que a mais avançada das mais avançadas das tecnologias
Virá
Impávido que nem Muhammad Ali
Virá que eu vi
Apaixonadamente como Peri
Virá que eu vi
Tranqüilo e infálivel como Bruce Lee
Virá que eu vi
O axé do afoxé Filhos de Gandhi
Virá
Um índio preservado em pleno corpo físico
Em todo sólido, todo gás e todo líquido
Em átomos, palavras, alma, cor
Em gesto, em cheiro, em sombra, em luz, em som magnífico
Num ponto equidistante entre o Atlântico e o Pacífico
Do objeto-sim resplandecente descerá o índio
E as coisas que eu sei que ele dirá, fará
Não sei dizer assim de um modo explícito
Virá
Impávido que nem Muhammad Ali
Virá que eu vi
Apaixonadamente como Peri
Virá que eu vi
Tranqüilo e infálivel como Bruce Lee
Virá que eu vi
O axé do afoxé Filhos de Gandhi
Virá
E aquilo que nesse momento se revelará aos povos
Surpreenderá a todos não por ser exótico
Mas pelo fato de poder ter sempre estado oculto
Quando terá sido o óbvio.
Síntese: A letra é uma apologia a alteridade, a uma visão de diferentes culturas que deveriam ser englobadas.

·                  Two Naira Fifty Kobo - Caetano Veloso

No meu coração da mata gritou. Pelé, Pelé
Faz força com o pé na África
O certo é ser gente linda e cantar, cantar, cantar
O certo é fazendo música
A força vem dessa pedra que canta Ita- poã
Fala tupi, fala iorubá
É lindo vê-lo bailando ele é tão pierrô, pierrô,
Ali no meio da rua, lá
Oohh..
No meu coração da mata gritou. Pelé, Pelé
Faz força com o pé na África
O certo é ser gente linda e cantar, cantar, cantar
O certo é fazendo música
A força vem dessa pedra que canta Ita- poã
Fala tupi, fala iorubá
É lindo vê-lo bailando ele é tão pierrô, pierrô,
Ali no meio da rua, lá
Oohh..
Síntese: O autor denuncia as desigualdades por meio de versos de cantiga.

·                  Zumbi - Jorge Ben Jor

Angola Congo Benguela
Monjolo Cabinda Mina
Quiloa Rebolo
Aqui onde estão os homens
Há um grande leilão
Dizem que nele há
Um princesa à venda
Que veio junto com seus súditos
Acorrentados num carro de boi
Eu quero ver
Eu quero ver
Eu quero ver
Angola Congo Benguela
Monjolo Cabinda Mina
Quiloa Rebolo
Aqui onde estão os homens
Dum lado cana de açúcar
Do outro lado o cafezal
Ao centro senhores sentados
Vendo a colheita do algodão tão branco
Sendo colhidos por mãos negras
Eu quero ver
Eu quero ver
Eu quero ver
Quando Zumbi chegar
O que vai acontecer
Zumbi é senhor das guerras
È senhor das demandas
Quando Zumbi chega e Zumbi
É quem manda
Eu quero ver
Eu quero ver
Eu quero ver
Síntese: Trada da escravidão sofrida pelos negros. Da exploração e da fé na salvação por meio da luta.

·                  Leão do Norte - Lenine

Sou o coração do folclore nordestino
Eu sou Mateus e Bastião do Boi Bumbá
Sou um boneco do Mestre Vitalino
Dançando uma ciranda em Itamaracá
Eu sou um verso de Carlos Pena Filho
Num frevo de Capiba
Ao som da orquestra armorial
Sou Capibaribe
Num livro de João Cabral
Sou mamulengo de São Bento do Una
Vindo num baque solto de um Maracatu
Eu sou um auto de Ariano Suassuna
No meio da Feira de Caruaru
Sou Frei Caneca do Pastoril do Faceta
Levando a flor da lira
Pra Nova Jerusalém
Sou Luis Gonzaga
Eu sou do mangue também
Eu sou mameluco, sou de Casa Forte
Sou de Pernambuco, sou o Leão do Norte
Eu sou mameluco, sou de Casa Forte
Sou de Pernambuco, sou o Leão do Norte
Sou Macambira de Joaquim Cardoso
Banda de Pife no meio do Canavial
Na noite dos tambores silenciosos
Sou a calunga revelando o Carnaval
Sou a folia que desce lá de Olinda
O homem da meia-noite puxando esse cordão
Sou jangadeiro na festa de Jaboatão
Eu sou mameluco, sou de Casa Forte
Sou de Pernambuco, sou o Leão do Norte
Eu sou mameluco, sou de Casa Forte
Sou de Pernambuco, sou o Leão do Norte
Eu sou mameluco, sou de Casa Forte
Sou de Pernambuco, sou o Leão do Norte
Eu sou mameluco, sou de Casa Forte
Sou de Pernambuco, sou o Leão do Norte
Eu sou mameluco, sou de Casa Forte
Sou de Pernambuco, sou o Leão do Norte
Eu sou mameluco, sou de Casa Forte
Sou de Pernambuco, sou o Leão do Norte

Eu sou mameluco, sou de Casa Forte
Sou de Pernambuco, sou o Leão do Norte
Eu sou mameluco, sou de Casa Forte
Sou de Pernambuco, sou o Leão do Norte
Síntese: A música fala do homem nordestino, sua cultura e suas lutas.

·                  Ser Diferente É Normal - Lenine

Todo mundo tem seu jeito singular
De ser feliz,de viver e enxergar
Se os olhos são maiores ou são orientais
E daí, que diferença faz?
Todo mundo tem que ser especial
Em oportunidades,em direitos, coisa e tal
Seja branco, preto, verde, azul ou lilás
E daí, que diferença faz?
Já pensou, tudo sempre igual
Ser mais do mesmo o tempo todo não é tão legal
Já pensou, tudo sempre tão igual?
Tá na hora de ir em frente:
Ser diferente é normal!
Ser diferente é normal!
Ser diferente é normal!
Todo mundo tem seu jeito singular
De crescer, aparecer e se manifestar
Se o peso na balança é de uns quilinhos a mais
E daí, que diferença faz?
Todo mundo tem que ser especial
Em seu sorriso, sua fé e no seu visual
Se curte tatuagens ou pinturas naturais
E daí, que diferença faz?
Já pensou, tudo sempre igual?
Ser mais do mesmo o tempo todo não é tão legal
Já pensou, tudo sempre igual?
Tá na hora de ir em frente:
Ser diferente é normal
Sha-na-na }12x

Síntese: O autor trata das diferenças como naturais e necessárias. Tratando com normalidade as diferenças existentes entre os seres humanos.

·                  Tubi Tupy - Lenine

Eu sou feito de restos de estrelas
Como o corvo, o carvalho e o carvão
As sementes nasceram das cinzas
De uma delas depois da explosão
Sou o índio da estrela veloz e brilhante
O que é forte como o jabuti
O de antes de agora em diante
E o distante galáxias daqui
Canibal tropical, qual o pau
Que dá nome à nação, renasci
Natural, analógico e digital
Libertado astronauta tupi
Eu sou feito do resto de estrelas
Daquelas primeiras, depois da explosão,
Sou semente nascendo das cinzas
Sou o corvo, o carvalho, o carvão
O meu nome é Tupy
Gaykuru
Meu nome é Peri
De Ceci
Eu sou neto de Caramuru
Sou Galdino, Juruna e Raoni
E no Cosmos de onde eu vim
Com a imagem do caos
Me projeto futuro sem fim
Pelo espaço num tour sideral
Minhas roupas estampam em cores
A beleza do caos atual
As misérias e mil esplendores
Do planeta de Neanderthal

Síntese: A letra trata das multi culturas advindas do povo indígena, do não reconhecimento dessa etnia e da exploração que o povo indigena sofreu e ainda sofre sem visibilidade.

·                  Diferenças (Tabu Brasil) - Criolo

"Quem vê de longe pode não gostar
Não entender e até censurar
Quem tá de perto diz que apenas é
Cultura, crença, tradição e fé"
A gente vê, a gente ouve, a gente quer
Mas será que a gente sabe como é?
Quem vê de longe pode não gostar
Não entender e até censurar
Quem tá de perto diz que apenas é
Cultura, crença, tradição e fé
Terra de avião é céu
Piso de jangada é mar
Livre pra poder chegar
Na curva do vento
Recorte no tempo
Os extremos vão se encontrar
Viver pra poder contar
A gente vê, a gente ouve, a gente quer
Mas será que a gente sabe como é?
Na rosa o olho visitar
Pétalas e espinhos no mesmo lugar
Pétalas e espinhos no mesmo lugar
Síntese: O texto fala das diferentes expressões artísticas culturais, passando de um estranhamento a uma aceitação diferente.

·                  Ilê! Pérola Negra (O Canto do Negro) - Daniela Mercury

O canto do negro
Veio lá do alto
É belo como a íris dos olhos de Deus, de Deus
E no repique, no batuque
No choque no aço
Eu quero penetrar
No laço afro que é meu, e seu
Vem cantar meu povo
Vem cantar você
Bate os pés no chão moçada
E diz que é do Ilê Ayê
Lá vem a negrada que faz
O astral da avenida
Mas que coisa bonita
Quando ela passa me faz chorar
Tu és o mais belo dos belos
Traz paz e riqueza
Tens o brilho tão forte
Por isso te chamo de Pérola Negra
Ê, Pérola Negra
Pérola Negra Ilê Ayê
Minha Pérola Negra
Lá vem a negrada que faz
O astral da avenida
Mas que coisa mais linda
Quando ela passa me faz chorar
Tu és o mais belo dos belos
Traz paz e riqueza
Tens o brilho tão forte
Por isso te chamo de Pérola Negra
Com sutileza
Cantando e encantando a nação
Batendo bem forte em cada coração
Fazendo subir a minha adrenalina
Como dizia Buziga
Edimin
Emife Nagô Dilê
Edimin
Emife Nagô Dilê
Ê, Pérola Negra
Pérola Negra, Ilê Ayê
Minha Pérola Negra
Síntese: A beleza negra. Sua singularidade e realeza.

Metrópole
Legião Urbana
 
"É sangue mesmo, não é mertiolate"
E todos querem ver
E comentar a novidade.
"É tão emocionante um acidente de verdade"
Estão todos satisfeitos
Com o sucesso do desastre:
Vai passar na televisão
"Por gentileza, aguarde um momento.
Sem carteirinha não tem atendimento -
Carteira de trabalho assinada, sim senhor.
Olha o tumulto: façam fila por favor.
Todos com a documentação.
Quem não tem senha não tem lugar marcado.
Eu sinto muito mas já passa do horário.
Entendo seu problema mas não posso resolver:
É contra o regulamento, está bem aqui, pode ver.
Ordens são ordens.
Em todo caso já temos sua ficha.
Só falta o recibo comprovando residência.
Pra limpar todo esse sangue, chamei a faxineira -
E agora eu já vou indo senão perco a novela
E eu não quero ficar na mão
Síntese: Critica ao descaso que a população sofre, com educação, saúde, infraestrutura. A burocracia imposta pelos governantes para alienar e controlar a população.

3ª Do Plural
Engenheiros do Hawaii
 
Corrida pra vender cigarro
Cigarro pra vender remédio
Remédio pra curar a tosse
Tossir, cuspir, jogar pra fora

Corrida pra vender os carros
Pneu, cerveja e gasolina
Cabeça pra usar boné
E professar a fé de quem patrocina

Eles querem te vender
Eles querem te comprar
Querem te matar (de rir)
Querem te fazer chorar

Quem são eles?
Quem eles pensam que são?
Quem são eles?
Quem eles pensam que são?

Quem são eles?
Quem eles pensam que são?
Quem são eles?
Quem eles pensam que são?

Corrida contra o relógio
Silicone contra a gravidade
Dedo no gatilho, velocidade
Quem mente antes diz a verdade

Satisfação garantida
Obsolescência programada
Eles ganham a corrida
Antes mesmo da largada

Eles querem te vender
Eles querem te comprar
Querem te matar (a sede)
Eles querem te sedar

Quem são eles?
Quem eles pensam que são?
Quem são eles?
Quem eles pensam que são?

Quem são eles?
Quem eles pensam que são?
Quem são eles?
Quem eles pensam que são?

Vender, comprar, vendar os olhos
Jogar a rede... contra a parede
Querem te deixar com sede
Não querem te deixar pensar

Quem são eles?
Quem eles pensam que são?
Quem são eles?
Quem eles pensam que são?

Quem são eles?
Síntese: Critica ao consumismo e ao sistema. A imposição que sofremos por parte da mídia e do sistema que nos aliena, nos fazendo seguir o fluxo.
Rosa de Hiroshima
Ney Matogrosso
 
Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas, oh, não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroshima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada
Síntese: A letra faz menção ao episodio trágico na cidade de Hiroshima, atacada com uma bomba atômica, que matou milhares de pessoas e deixou outros milhares em situações sub-humanas.  O autor faz um apelo as pessoas que sofreram perdas e danos irreparáveis por falta de humanidade e interesses particulares.

Construção
Chico Buarque
Amou daquela vez como se fosse a última 
Beijou sua mulher como se fosse a última 
E cada filho seu como se fosse o único 
E atravessou a rua com seu passo tímido 
Subiu a construção como se fosse máquina 
Ergueu no patamar quatro paredes sólidas 
Tijolo com tijolo num desenho mágico 
Seus olhos embotados de cimento e lágrima 
Sentou pra descansar como se fosse sábado 
Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe 
Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago 
Dançou e gargalhou como se ouvisse música 
E tropeçou no céu como se fosse um bêbado 
E flutuou no ar como se fosse um pássaro 
E se acabou no chão feito um pacote flácido 
Agonizou no meio do passeio público 
Morreu na contramão atrapalhando o tráfego 

Amou daquela vez como se fosse o último 
Beijou sua mulher como se fosse a única 
E cada filho seu como se fosse o pródigo 
E atravessou a rua com seu passo bêbado 
Subiu a construção como se fosse sólido 
Ergueu no patamar quatro paredes mágicas 
Tijolo com tijolo num desenho lógico 
Seus olhos embotados de cimento e tráfego 
Sentou pra descansar como se fosse um príncipe 
Comeu feijão com arroz como se fosse o máximo 
Bebeu e soluçou como se fosse máquina 
Dançou e gargalhou como se fosse o próximo 
E tropeçou no céu como se ouvisse música 
E flutuou no ar como se fosse sábado 
E se acabou no chão feito um pacote tímido 
Agonizou no meio do passeio náufrago 
Morreu na contramão atrapalhando o público 

Amou daquela vez como se fosse máquina 
Beijou sua mulher como se fosse lógico 
Ergueu no patamar quatro paredes flácidas 
Sentou pra descansar como se fosse um pássaro 
E flutuou no ar como se fosse um príncipe 
E se acabou no chão feito um pacote bêbado 
Morreu na contramão atrapalhando o sábado
Síntese: O autor narra a trajetória de um trabalhador, que vive em função de seu trabalho mesmo com pouca recompensa. Traça a historia de muitos desses trabalhadores que vivem sem sentir a vida passar, servindo e dependendo de uma classe mais favorecida. Muitas vezes esquecido e condenado a própria sorte, morre sem deixar rastros a não ser seu trabalho árduo.

Ideologia
Cazuza
 
Meu partido
É um coração partido
E as ilusões
Estão todas perdidas
Os meus sonhos
Foram todos vendidos
Tão barato que eu nem acredito
Ah! Eu nem acredito

Que aquele garoto
Que ia mudar o mundo
Mudar o mundo
Frequenta agora
As festas do "Grand Monde"

Meus heróis
Morreram de overdose
Meus inimigos
Estão no poder
Ideologia!
Eu quero uma pra viver
Ideologia!
Eu quero uma pra viver

O meu prazer
Agora é risco de vida
Meu sex and drugs
Não tem nenhum rock 'n' roll
Eu vou pagar
A conta do analista
Pra nunca mais
Ter que saber
Quem eu sou
Ah! Saber quem eu sou

Pois aquele garoto
Que ia mudar o mundo
Mudar o mundo
Agora assiste a tudo
Em cima do muro
Em cima do muro!

Meus heróis
Morreram de overdose
Meus inimigos
Estão no poder
Ideologia!
Eu quero uma pra viver
Ideologia!
Pra viver

Pois aquele garoto
Que ia mudar o mundo
Mudar o mundo
Agora assiste a tudo
Em cima do muro
Em cima do muro

Meus heróis
Morreram de overdose
Meus inimigos
Estão no poder
Ideologia!
Eu quero uma pra viver
Ideologia!
Eu quero uma pra viver
Ideologia!
Pra viver
Ideologia!
Eu quero uma pra viver
Síntese: O autor nos provoca a aderir uma causa, lutar por um movimento. Faz uma critica aos gestores da sociedade e nos orienta a uma necessidade de mudança e de posicionamento.

Alma Não Tem Cor
Zeca Baleiro
 
Alma não tem cor
Porque eu sou branco?
Alma não tem cor
Porque eu sou preto?
Branquinho, neguinho
Branco, negão

Percebam que a alma não tem cor
Ela é colorida, sim
Ela é multicolor
Percebam que a alma não tem uma só cor
Ela é colorida, sim
Ela é multicolor
Azul, amarelo
Verde, verdinho, marrom

Você conhece tudo
Você conhece o reggae
Você conhece tudo
Você só não se conhece

Branquinho,neguinho
Branco, negão
Azul, amarelo
Verde, verdinho, marrom
Síntese: Reflexão sobre o preconceito, a descontrução de velhos paradigmas e necessidade de se enxergar além da estampa que nos cobre a alma, pois afinal somos todos iguais.

Autoras:  Autoras: Patrícia Aparecida de Almeida e Natacha Andrade Barboza - PUC CAMPINAS

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